sexta-feira, 6 de maio de 2011

DE GATA À BORRALHEIRA

Há quem diga que de morena, gorda e princesa não tenho nada!

O texto a seguir, é dedicado a estas pessoas!

Contos de fadas ainda são presentes em minha vida. Aliás, sinto que jamais deixarão de existir e contribuir para com minha essência, afinal fizeram parte da minha infância e do meu desenvolvimento, contudo eu acredito no amor e também no “Felizes para Sempre”.

Devaneios a parte, tragamos para o real meu conto de fadas preferido, “Branca de Neve e os Sete Anões”, o primeiro longa de animação da Disney lançado em 1937, um clássico!

Quem conhece o filme sabe que seus primeiros aproximados nove minutos ilustram o encontro da Branca de Neve com seu príncipe, onde ela conversa com pombos e canta uma bela musica. E realmente quem me conhece, sabe que eu sei cantar a mesma.

Quando mora-se numa casa com portões e não muros, torna-se pertinente certa discrição ao realizar qualquer atividade no quintal. Pena que isso me ocorreu apenas após determinado acontecimento, além do mais, que mal tem lavar o carro num belo dia de sol, cantando em alto e bom tom a música da Branca de Neve vestida como, digamos assim, uma princesa antes da transformação da fada madrinha. Sem falar que mulheres ficam sexys lavando carros, apenas em filmes, onde são enfatizadas as gotículas de água nas belas e morenas curvas das hollywoodianas, e nem que eu quisesse isso seria possível. Curvas de menos e bronzeado, bem, vou pular esta parte.

No mundo feminino é comum ouvir que é apropriado estar sempre minimamente apresentável, pois nunca se sabe, ele pode aparecer na fila do pão. Entretanto, nossa casa talvez seja o único lugar no qual possamos ficar realmente “avacalhadas”, afinal de contas diferente dos Contos de Fadas o príncipe jamais chegará num cavalo branco e baterá a sua porta. Mas sim, ele pode chegar numa caminhonete e ainda por cima buzinar!

Que surpresa! Que acontecimento inesperado!

Repentinamente eu estava frente a um suposto “príncipe” perdido nas redondezas de meu reino, e que pedira auxílio a fim de encontrar seu caminho. Tudo bem, ele apenas gostaria de uma informação, mas o fato é que agora eu contracenava com ele mais um capítulo do meu “Conto de Fadas”. Não demorei a sacar que de “gata borralheira” me restava apenas o borralheira, pois logo julguei que um coque no alto da cabeça sustentado por um elástico de meia com certeza não é um dos “penteados” mais atraentes, ainda mais quando este é incrementado com uma faixa colorida para que a franja não incomode. Tudo bem, tais cores eram para combinar com as meias laranjas e as havaianas vermelhas. Sim, eu uso meia com havaianas, e você também, confesse! Para complementar, o look era composto também de uma calça de moletom cinza e uma blusa de lã de 1990 e alguma coisa...preciso dizer que rímel passou longe?

O coração que batia apressado pela presença do “príncipe perdido” agora batia quase que para desencadear uma fuga, mas meu teimoso cérebro optou pela imobilização afetando levemente minha fala.

Branca de Neve não! Com maestria, fisgou o coração do pretendente! Naturalmente demonstrou-se surpresa levando uma das mãos com delicadeza à boca, em seguida correu com leveza para dentro do castelo transparecendo doses exatas de charme e timidez! Refeita, surgiu na sacada já dominando a situação eliminando qualquer possível dúvida quanto à sua beleza e feminilidade!

Já eu, ao invés de sutileza, perplexidade, no lugar de leves movimentos, pequenos espasmos transparecendo o nervosismo. Logo ficou visível que o “príncipe” além de não perceber que eu era uma princesa, constatou também que à sua frente estava uma plebéia gaga.

Que amadora!

Não havia sequer um caçador de coração mole para me defender, nem mesmo um sapatinho de cristal para me revelar, nenhum animal falante da floresta encantada, ou um dos sete anões para insinuar minha identidade. Absolutamente, não havia nada que eu pudesse fazer para tornar o momento mágico.

Virei abóbora!

De tal acontecimento concluo que tenho muito que aprender com Cinderelas e Brancas de Neve. Sem falar na certeza de que ser uma bruxa em casa e princesa lá fora não tá com nada. Pois, nunca se sabe quando seu novo vizinho irá precisar de uma xícara de açúcar!

8 comentários:

  1. Hahahahahaha!!!

    Óóóótima esta resenha... Show Pati...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Pati lendo seu texto, lembrei imediatamente de vc imitando a princesa que derruba o lenço no chão e coloca a mão na boca!!!! Maraaa! E eu tmbm uso meias com havaianas. rsrrsrs

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  4. Patinha, 2 anos depois da minha cirurgia, eu ainda encucado, chegaram umas gurias bem mais velhas enquanto estavamos indo pra quadra na educação fisica.. aí uma delas falou pra mim: você beijaria ela? (apontando pra amiga, estavam em três), eu fiquei sem entender e falei meio que automaticamente, não! Ela falou: tá vendo, nem ele quer! Eu lembrei bem dessa situação hahahah =}

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  5. Adorei, me fez rir, o que raramente acontece em uma segunda feira bem cedo, fiquei só imaginando a cena...

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  6. Muito engraçado. Agradeço por me seguir. Gostei muito do seu blog, é encantador.

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  7. Quem não usa meias e a havaianas,eu ainda espero meu conto de fadas....e que não termine comigo como abóbora. Adorei.

    E sim sou a irmã da Vanessa... e ela contou que você sabe mesmo a musica do branca de neve . :D

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  8. Adorei esse texto, completamente verdade, nunca nos arrumamos pra ficar em casa e nunca sabemos o que pode acontecer, que surpresa mais ruim essa? justo nesse momento surgir o principe! hahaha...
    Garanto que qdo tu sai linda/maravilhosa ele nunca está por perto pra vc se redimir!
    E depois que casa então.. esqueça da maquiagem.. rs só em eventos mto importantes.. bjos Jenifer

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