terça-feira, 19 de abril de 2011

ABEL...ABELI...ABELHIA...

Deus ajuda quem cedo madruga!!!
Justamente por isso acordei às cinco da manhã. Os planos envolviam dar entrada no seguro desemprego e desenvolver um freela que compreende em visitar escolas e vender peças de teatro infantis.
Perfeito! Tudo planejado...arruma daqui, penteia de lá, pronto!
06h30min
Cheguei ao destino inicial certa de que seria uma das primeiras da fila. Afinal de contas o sol acabara de nascer. Por falar em fila, devo comentar sobre a enorme com a qual me deparei. Toda aquela gente portando vias ‘verde e marrom’, com objetivo de gozar de três a seis meses de um valor X oferecido pelo governo.
Que desgosto!
A que horas será que aquelas criaturas acordaram? E onde eu estava com a cabeça quando pensei que não haveria uma fila para tal num país onde 6,4% da população economicamente ativa está sem emprego?!
Hunf... Desisti!
Sem mais delongas parti para o segundo objetivo.
Primeira escola, primeiro contrato! Maravilha! Salvo o fato de que a apresentação ficou para Outubro, assim como o pagamento. Ok, sem problemas. Sigamos em frente. Frente eu estaria há uma desagradável situação minutos depois.
É sabido que lapsos são comuns. Acontecem a todo tempo e com qualquer pessoa. Mas encontrar dificuldades para escrever a palavra ‘abelhinhas’ já é demais.
Que saia justa!
Eu, apresentando uma proposta cultural, mediante a pedagoga da escola fiquei paralisada ao perceber minha incapacidade de transcrever esta palavra tão difícil.
Abel...abeli...abelhia...
Até que gentilmente a pedagoga pediu para verificar o que eu estava a tentar escrever e me auxiliou na conclusão da palavra. Sabe-se la o que ela pensou a meu respeito. No mínimo deve ter se perguntado se era eu a responsável pelos textos das peças e definitivamente desejado que não. A expressão “completa idiota” não serve para descrever meu sentimento naquele momento. Entretanto, com uma bela cara-de-pau e risos contornei a situação.
Ufa!
Já recomposta, eu estava novamente a discorrer sobre os espetáculos, e acreditem, ela gostou da proposta. Solicitou detalhes do trabalho, perguntou sobre possíveis datas para apresentação e ficou de dar um retorno. Que bacana, deu tudo certo! Minha intuição de vendedora diz que ela vai fechar!
Pelo menos era esta a ‘intuição’ até eu chegar em casa, abrir minha agenda e perceber que pior do que admitir não saber escrever ‘abelhinha’ é escrever com toda convicção deste mundo a palavra ‘assoSSiação’ assim!
Sim, o nome da escola era Associação das Abelhinhas! Fofo não?!
Grande foi minha tristeza quando o Google confirmou minha suspeita!
Que horror! Quanta vergonha! E o pior, é que nem foi alheia...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CAMINHADA NO PARQUE

Um de meus primeiros pensamentos relevantes foi o fato de uma sedentária e assídua consumidora de cerveja estar num parque às 8 da manhã, fantasiada de “geração saúde”, caminhando, se alongando e tudo mais. Isso me leva a pensar duas coisas. A primeira é que de fato existe aí uma tentativa de mudar, aprimorar, elevar a qualidade de vida, etc e tal. E a segunda é que você pode ser qualquer coisa desde que seu estereótipo esteja de acordo com aquilo que queira transmitir. O fato é que apenas você sabe suas próprias verdades.

Ou não!

À minha esquerda pude visualizar um grupo de adolescentes com suas mochilas coloridas, onde um deles carregava uma sacola com duas garrafas de coca-cola dois litros e certamente, sem sombra de dúvidas, em algum lugar, havia também um litro de pinga da pior espécie possível.

Aah meus dezessete anos!!!

Pareceu um comentário saudoso? Definitivamente não foi com esta intenção, uma vez que saudade dessa época eu não tenho é nenhuma!!! Salvo a saudade do belo par de peitos e da coragem que se tem apenas quando se é adolescente, uma forma destemida de viver, uma certeza de que se é imortal...Aah meus dezessete anos!!! O grupo de adolescentes foi ficando distante, assim como eu de minha adolescência.


Neste momento já podia sentir uma dor na bunda e certo ardume nas canelas. Pensei...Minha nossa! Mas que canelas ardidas! Analisei mais a fundo a expressão “canelas ardidas” e soltei uma bela gargalhada. Perguntei-me, que graça tem arder as canelas?! Me ocorreu então, a incrível capacidade que tenho de me divertir comigo mesma e como eu adoro isso em mim. Em seguida pude refletir sobre o porquê não tenho o costume de fazer coisas sozinha, já que eu e eu mesma nos damos tão bem. Assim como esperado, conclui que não há motivos, portanto, não há empecilhos. Foi aí que então, combinei comigo mesma de ir ao cinema, teatro, fazer compras, comer coisas gostosas dentre outros programas que anteriormente julgava extremamente necessária a presença de outrem. Finalizei meu raciocínio determinando que serei uma boa companhia a alguém a partir do momento em que for para mim mesma!

À frente, vinha caminhando uma mulher, digamos assim, acima do peso, também fantasiada de geração saúde, porém menos inserida neste personagem uma vez que estava a fumar tranquilamente um cigarrinho, que aliás deveria ser seu café da manhã. Afinal de contas, nada melhor do que caminhadas e cigarros para emagrecer. Imediatamente percebi aquilo como contraditório, e não fui a única, pois logo em seguida, atrás da moça “geração saúde”, vinha um rapaz, e que rapaz, que sinalizou aquela cena de forma discordante me olhando em seguida. A minha expressão certamente concordou com a dele, pois acabamos sorrindo um para o outro. Que lindo! Descobri que é possível paquerar no parque, segunda-feira as 8 da matina. Bem, neste momento deveria ser umas 9 horas talvez. Enfim, fiquei contente com a descoberta e certamente a “palhaçada” toda tornou-se bem mais interessante. Assim que passei pelo belo moço reparei que havia enrubescido e que ainda estava a sorrir. Que cena patética. Lá estava eu novamente vivenciando meus dezessete anos...segundos depois veio a segunda gargalhada.

Agora sim, que virilidade! Repentinamente emergiu uma disposição antes desconhecida, e entre as voltas no parque meu olhar cruzava com o olhar do belo rapaz. Em certo momento, até decidi fazer um “cooperzinho”, imaginando que nós, eu e meu rabo-de-cavalo, ficaríamos lindos e sexys “saltitando” daquela maneira. Porém, nem tudo são flores e a cada olhar e tímido sorriso minhas pernas doíam mais e mais. A certa altura, muito provavelmente eu estava vermelha como um pimentão, respirando como um obeso asmático e com a fisionomia de um plantonista que além de realizar o seu trabalho, ainda cobriu a folga de um colega. Neste momento descobri que quando a sola do tênis começa a raspar no chão é hora de parar. Quando me dei conta, sequer sabia se conseguiria chegar até o carro, fiquei tensa com a possibilidade do “bofe saúde” aparecer e perceber meu estado. Mas pensei positivo e segui em frente. Deu certo! Nem foi tão difícil assim, além do mais, mantive meus pensamentos na espetacular farmácia que tem perto de casa, onde na qual parei para comprar um relaxante muscular, afinal de contas ... amanhã tem mais!!!